quinta-feira, junho 21

# É PÁ CABÁ, NÉ? PQP


o tanto que eu odeio spoiler não está escrito nas estrelas. odeio. ODEIO. CHORO DE RAIVA.

então tá, hoje era o último episódio de House. FIM DA SÉRIE. FIM DA MINHA RAZÃO DE VIVER, ETC. só que eu não estava pronta para isso. e foi por esse motivo que decidi NÃO assistir hoje, nem assisti o penúltimo capítulo na semana passada. e foi por isso também que evitei, durante uma semana, ligar no canal da Universal Chanel, porque eu sei que eles ficam passando o penúltimo capítulo repetidas vezes e, principalmente, que ficam passando propaganda do episodio final DE 10 EM 10 MINUTOS.

beleza, como não vi o penúltimo capítulo, nem nenhuma propaganda do último, estava NA BOWA vivendo minha vida alegremente. até que um dia, distraidamente, entrei na fanpage da série no facebook. e distraidamente, vi fotos da gravação de um episódio com velório.



MAS PERA AÍ. ATÉ ONDE VI, ERA O WILSON QUE TAVA DOENTE E IA MORRER, CERTO? errado. porque a única pessoa que não aparecia nas fotos do velório era o House. daí eu fiquei nessa "MEU DEUS JESUS SERÁ QUE É O HOUSE QUE VAI MORRER, O QUE É QUE ESTÁ ACONTECENDO, NÃO VI O PENÚLTIMO CAPÍTULO, NÃO TO ENTENDENDO, NÃO QUERO MAIS VIVER PRA VER ISSO TUDO ACONTECER".

tantas perguntas, nenhuma resposta.


mas continuei firme e forte, sem ver nenhum episódio, evitando sites ou qualquer coisa que pudesse conter spoiler. e hoje, começou House, meus pais estavam assistindo no quarto NO ÚLTIMO VOLUME e eu conseguia ouvir. entendi um "there's nothing more that can be done" na voz do House e AI QUE DESESPERO, EU NÃO QUERIA OUVIR, GRITEI DESESPERADAMENTE PRO MEU PAI ABAIXAR O VOLUME. um tempo depois, meu pai dá uns murros na parede do quarto dele (que dá pro meu quarto) e grita HOUSE MORREU!

e eu tipo. sabe? poker face mesmo. ignorei, sabia que ele tinha feito isso só pra me irritar, porque meu pai é retardado e se existir uma maneira de fazer eu odiar ele mais, ele se esforça e foca nessa maneira.

mas blz. passou. o episódio acabou, e eu até já tinha esquecido na ideia de que, puf, cabô tudo. daí eu entrei no facebook, fui ver as atualizações dozamigo e.... de repente... uma frase. uma única frase. acabou com tudo.


cara? C-A-R-A? 

PRA QUÊ?


ME DIZ!!!!

pra que soltar isso numa rede social? NÃO PENSA QUE TEM GENTE QUE PODE NÃO TER ASSISTIDO AINDA? GENTE COM SENTIMENTO, GENTE QUE SE IMPORTA, GENTE QUE SOFRE PELA SÉRIE ACABAR, CARAAAAAAA?


e tipo foda-se quem tá lendo aqui também e não viu, e tá lendo spoiler. PORQUE TODO MUNDO TEM QUE SOFRER TAMBÉM, PORQUE NÃO SOU OBRIGADA, SABE?


bjs pra vocês, que ainda têm um motivo pra levantar da cama amanhã.

segunda-feira, junho 18

# só sei que

depois que a gatinha da minha irmã veio passar o final de semana inteiro aqui em casa, eu preciso, eu quero, MUST HAVE meu próprio gatinho ._.


mas como a vida é injusta meu pais não deixam, nunca deixaram e nunca vão deixar eu ter um gato.
eu só queria um pouco de fofura nessa vida, gente.

quarta-feira, junho 13

# para infelicidade geral da nação...

...EU VOLTEI
não que em algum momento eu tivesse ido, só estive ausente porque estava atolada de coisas pra fazer com meu projeto final de conclusão de curso e que benzadeus senhor jesus entreguei segunda-feira. agora, só aguardar a banca e FIM, sair correndo abraçando os mendigos na rua ao som da música tema do ayrton senna.

MAS ASSIM. nesse meio tempo ausente dessa vida de blog, rolou uma história sinaister. esses dias aí tive uma prova de modelagem (assim, uma matéria do curso de moda onde a gente aprende a fazer molde de roupas ETC) o numa das questões nós tinhamos que fazer o molde em escala real de uma blusa básica com pence. vejam bem, isso é o básico do básico para quem está se formando, né meus queridos. e eu, toda confiante e nerd que sou, fiz a prova bem linda, terminei antes de todo mundo, entreguei, mas fiquei na sala ainda um tempo antes de dar o horário da outra aula. uns 10 minutos antes da aula realmente acabar, catei minhas coisas e fui. e nisso ainda tinha um pessoal na sala fazendo prova. NA AULA SEGUINTE esse pessoal entra na sala xingando a prof, dizendo que ela falou "olha o tipo de profissional que tá saindo daqui, faz uma blusa com a pence ao contrário" a respeito de uma das provas. eu, que apesar de nerd tenho amigos sim obrigada, fiquei lá com eles reclamando da prof bitch e tendo certeza absoluta que meu molde tinha ficado lindo (e rindo muito por dentro da pessoa IMBECIL que fez a pence ao contrário).
mas amigos, vamos entender o que é um molde de blusa básica com pence. é isso:

esse negócio azul é que é tal da pence. e sabe, a parte maior fica PRA BAIXO. básico né?
daí eu cheguei em casa e fui contar a história pra minha mãe. eu disse que alguém na prova tinha feito a pence ao contrário e que OLHA O NÍVEL, NÉ? pois bem, uns 3 dias depois, eu estava deitada na minha cama tentando dormir e lembrei da prova. fiquei pensando nela e, não sei porque cargas d'água, refazendo o passo a passo do molde na minha cabeça. ATÉ QUE. DE REPENTE. VISUALIZEI MEU MOLDE. LEMBREI DELE LÁ, EM CIMA DA MESA ANTES DE ENTREGAR, ESCREVENDO MEU NOMINHO. E COMO ESTAVA A PENCE??????????

ao contrário. com a parte maior pra cima, etc etc. e gente, quando eu percebi que a tapada da pence (apelido fofo que inventei) era eu, comecei a chorar desesperadamente na cama (???). não sei se por raiva da prof ter dito que eu não seria uma boa profissional, ou por ódio de ela ter esperado eu sair da sala pra falar pra todo mundo ouvir, ou se por vergonha de ver ela na semana seguinte, ou por vergonha dos meus coleguinhas, ou vergonha da minha mãe.

e aí eu fiquei lá, arrasada, destruída, chorando na cama igual um bebê. um mundo inteiro de sonhos, moldes e pences desabando sobre a minha cabeça. me imaginei brigando com a professora se ela falasse algo quando devolvesse a prova, e também me imaginei recebendo a prova quietinha, minúscula, indo sentar no meu canto com os ombros caídos, nunca mais conseguindo ter contato visual com qualquer pessoa na sala. me imaginei no dia da banca, agradecendo QUASE todas os professores por tudo, e no final dando um sermão dizendo que ALGUÉM tinha que tomar cuidado com o que falava, porque erros são normais, e é errado desestimular um aluno, ETC ETC.

pois é, ridícula é pouco, o que eu sou ainda não tem nome.

bom, acordei no dia seguinte do tamanho de um grão de arroz. desamparada na vida. mas a história toda me serviu pra alguma coisa, gente. pra enfiar o orgulho no cu. pra botar essa mania de ser a melhor em tudo NO MEIO DO RABO. porque sei lá desde quando (e também nem sei se a culpa é dos meus pais que pressionam demais, ou se é minha porque sou louca mesmo) eu tenho que ser a melhor em tudo, e me esforço até suar sangue pra que meus trabalhos, provas e TUDO NA VIDA seja EXCELENTE, porque ótimo é pouco. e olha, ser humilhada é uma parada com a qual eu não sei lidar, não. e aí eu lembrei de uma aula, do outro curso, com outro professor, em que ele sempre falava: "errem! errar não tem problema!". e ele achava lindo quando a gente errava.

pois bem, a partir da fala dele, e desse acontecimento, comecei a filosofar e rever toda minha vida, sabe? toda essa insatisfação e mágoa ressentida, e esse negócio de ter dificuldade de aceitar críticas. não que eu já não tivesse pensado em mudar isso antes (aliás esse blog surgiu como uma alternativa pra não levar a vida tão a sério). mas dessa vez pensei MESMO sobre o assunto, sabe? aprender a errar é necessário. e entendi isso.

e não que eu já esteja curada desse mal e cagando litros para o que acham da minha competência profissional, social e amorosa. pelo contrário, ainda me importo bastante, mas a partir da história da pence tomei umas decisões que ajudaram a controlar esse orgulho todo e tirar um pouco das costas o peso de ser normal (porque pessoas normais erram!). eu contei a história pra minha mãe, e eu me lembro que no final fiquei quente, provavelmente vermelha, e senti uma vergonha enorme por estar falando pra pessoa que a gente mais tenta impressionar na vida, que eu era uma perdedora, que tinha errado a pence, etc.

mas me mostrar como a não-perfeita pra ela no fundo me fez bem, sabe (curto sofrer?). 

e depois, no dia que entregaram a prova, eu olhei pra pence e dei risada. e falei pra professora: "TEM QUE RIR PRA NÃO CHORAR NÉ PROFE????" bem me fazendo de joão-sem-braço. e voltei pra casa naquela noite sorrindo, de certa forma feliz por ter tratado como uma louca despreocupada uma coisa que antes tinha me feito chorar desesperadamente como se não houvesse amanhã.

mas sempre tem amanhã. um amanhã cagalhado, que tá lá só esperando a melhor oportunidade pra fazer outro erro acontecer. e ou eu aprendo a conviver com isso, ou vou passar muitas noites chorando desesperadamente em cima do travesseiro. mas sabe que eu nem curto criar rugas assim?